
Sensação e percepção no contexto dos estudos em Epistemologia Genética
Author(s) -
João Alberto da Silva,
Julio Cesar Bresolin Marinho,
Grasiele Ruiz Silva,
Roberta Chiesa Bartelmebs,
Janaína Borges da Silveira
Publication year - 2015
Publication title -
schème : revista eletrônica de psicologia e epistemologia genéticas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1984-1655
DOI - 10.36311/1984-1655.2014.v6n2.p51-67
Subject(s) - philosophy , sociology , epistemology
Este ensaio é uma revisão que tem por objetivo discutir a relação entre sensação e percepção nocontexto dos estudos sobre aprendizagem oriundos a partir da perspectiva da Epistemologia Genética, com o acréscimo de algumas contribuições das neurociências e da psicologia contemporânea. O estudo procura articular diferentes obras de Piaget que tratam do problema do conhecimento, em especial, sob a ótica da Teoria da Abstração. Igualmente, as neurociências têm diferenciado, atualmente, as ideias de sensação e percepção. Temos o entendimento de que a sensação refere-se a uma experiência sensorial que é iniciada por um estímulo externo, originado nos mecanismos biológicos, e a percepção diz respeito à interpretação que o sistema cognitivo tem a partir da sensação recebida. Em geral, as teorias da aprendizagem se movem em direção a uma ou outra interpretação sobre como o sujeito aprende, ora enfatizando o meio externo, ora entendendo que somente os processos internos são responsáveis pela aprendizagem. Nesse sentido, apresentamos a Teoria da Abstração Reflexionante, modelo elaborado dentro da Epistemologia Genética, como possibilidade para discutir os papéis da sensação e da percepção nos processos de aprendizagem. Compreendemos a aprendizagem como uma construção, uma vez que os processos pelos quais o sujeito elabora o conhecimento não são oriundos apenas dos objetos, nem tampouco estão contidos somente nas estruturas cognitivas. Com isso, defendemos que o conhecimento é uma síntese das interações entre sujeitos e objetos, sensação e percepção, através das estruturas cognitivas, permitindo um conhecimento de mundo cada vez mais aprofundado à medida que as interações com o mundo se intensificam.