O Caráter Construtivo dos Cálculos Escritos nas Adições

Os procedimentos de cálculos, sejam escritos ou mentais, são vistos ainda, no espaço escolar, como conteúdos para serem observados e empiricamente retidos. Assim, a ênfase recai no ensi-no de “como fazer” para resolver as operações; ensinam-se as regras a serem memorizadas. Torna-se uma visão bastante reduzida da matemática concebendo-a como uma repetição de cálculos e fórmulas e a realização infindável de exercícios. No sentido de apresentar hipóteses construtivas para os conceitos e para a compreensão dos algoritmos, insere-se este estudo. A presente pesquisa buscou analisar as estratégias de resolução de cálculos escritos de adição, em crianças que frequentavam as terceiras e quintas séries do Ensino Fundamental, na cidade de Toledo, PR. Além disso, buscou identificar níveis de construção das operações aritméticas em situações que envolviam a igualação de quantidades e a construção de diferenças (interdepen-dências entre adições e subtrações) e assim, verificar as relações entre as estratégias de resolução de cálculos escritos que os estudantes utilizaram e os níveis de construção das operações arit-méticas. Para a análise dos dados foram quantificados os acertos e os erros dos estudantes nas adições, o tipo de estratégia utilizada nessas resoluções e o nível alcançado na prova piagetiana. Compararam-se os valores obtidos na terceira e quinta séries e os resultados entre as séries fo-ram muito semelhantes, sendo que as relações mais significativas foram estabelecidas entre os níveis cognitivos alcançados pelos estudantes e as estratégias utilizadas. Dessa forma, reafirma-se o caráter construtivo presente nos cálculos das operações aritméticas. Mesmo com a forte influência do ensino do algoritmo das adições nas escolas e sua aquisição aparentemente sim-ples, constata-se que sua correta utilização e sua compreensão, envolvem a construção de níveis operatórios pelas crianças.