
A economia e o fim último humano
Author(s) -
Fabrício Soares Santos Fontes
Publication year - 2018
Publication title -
especiaria
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2675-5432
pISSN - 1517-5081
DOI - 10.36113/especiaria.v18i32.2242
Subject(s) - humanities , philosophy
Este artigo aborda a economia como apresentada por dois autores gregos antigos: Xenofonte e Aristóteles (incluindo uma obra atribuída a este, mas provavelmente espúria). Xenofonte, homem militar que foi instruído por Sócrates e frequentou seu círculo, demonstrava apreço pelas questões relacionadas à vida prática, o que se reflete em seus Econômicos, um diálogo socrático em que seu mestre aparece discutindo assuntos de economia, buscado o ensinamento de um homem experiente na área e retransmitindo-o a outro interlocutor. Aristóteles aborda temas ligados à economia na Ética a Nicômaco e na Política, mas há outra obra atribuída a ele dedicada exclusivamente a economia, conhecida também como Econômicos; essa obra é aristotélica em estilo, mas difere suficientemente em certos aspectos para que seja considerada de outro autor, referido com Pseudo Aristóteles. A noção de economia política não era totalmente desconhecida para os antigos, o próprio Aristóteles a aborda, mas não era o foco principal de interesse. A economia, na compreensão desses autores antigos, é entendida primariamente em seu sentido literal, enquanto os preceitos de administração da casa e propriedades (economia vem das palavras oikos = casa e nómos = lei, costume, convenção); os autores estudam principalmente o que chamaríamos hoje como economia doméstica ou privada, entendida como uma técnica própria do chefe de família (déspotes), incluindo em seu campo de estudos assuntos como a relação entre os esposos e o correto trato com os escravos e filhos.