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Coisas que só se dizem em latim: a presença de Boileau na crônica de Machado de Assis
Author(s) -
Daniela Mantarro Callipo
Publication year - 2021
Publication title -
jangada
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-4722
DOI - 10.35921/jangada.v1i16.290
Subject(s) - humanities , art , philosophy , physics
No século XIX, literatura e jornalismo não estabeleciam uma fronteira rígida. Ambas as práticas se confundiam e, por essa razão, as notícias podiam trazer elementos ficcionais e os poemas, abordar fatos deveras ocorridos. Nesse período, a crônica era um gênero estimado do leitor e produzido em grande quantidade por colaboradores que contavam os acontecimentos ocorridos de forma leve e divertida. Gênero híbrido, mistura de realidade e ficção, a crônica é rica e despretensiosa, colada ao tempo e eterna, satírica e poética. Ela parte de um fato real, mas não é notícia; constitui-se por meio da paródia e da sátira, mas não é conto, nem romance. O jornal do século XIX acolhe todos esses gêneros democraticamente, criando uma “literalização ambígua”. Machado de Assis foi um grande cronista e descreveu episódios vividos pela sociedade fluminense oitocentista, contando anedotas políticas, criticando comportamentos que julgava inaceitáveis, sempre com humor e ironia. Pretende-se analisar, neste artigo, a presença do clássico Boileau na crônica machadiana que trata do uso polêmico de anquinhas. Para se compreender a presença do elemento clássico na crônica machadiana, recorreu-se aos estudos de Thérenty (2007) e Kalifa (2011), pois esses teóricos auxiliam no entendimento da porosidade da crônica.

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