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ESTRATÉGIAS PARA A EDUCAÇÃO SEXUAL DE ADULTOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Author(s) -
Ana Carla Vieira Ottoni,
Ana Cláudia Bortolozzi Maia,
Teresa Vilaça,
Andreza Marquês de Castro Leão
Publication year - 2021
Publication title -
revista brasileira de sexualidade humana
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2236-0530
pISSN - 0103-6122
DOI - 10.35919/rbsh.v32i1.966
Subject(s) - human sexuality , psychology , developmental psychology , humanities , sociology , philosophy , gender studies
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiológica centrada em duas características: comportamentos, interesses ou movimentos restritos e repetitivos; e déficits na comunicação social. A literatura da área demonstra que, em todos os espectros, observa-se privação de direitos sexuais básicos, como acesso à privacidade, à informação científica e à educação sexual adequada, gerando sofrimentos e vulnerabilidade acentuada com relação a violências. Objetivo: o objetivo do trabalho foi descrever possíveis estratégias para promoção de educação sexual de adultos autistas, a partir das dificuldades documentadas pelo próprio público-alvo. Método: sendo um estudo documental, propôs-se análise do livro Autism-Asperger’s & Sexuality: puberty and beyond, escrito pelo notável militante autista Jerry Newport, em coautoria com sua esposa, Mary. Foram destacados, da obra, trechos com demandas relacionadas à sexualidade, e a partir da literatura de educação sexual emancipatória, construída uma lista de possíveis estratégias para programas voltados a adultos autistas. Resultados: considerando as características do TEA, optou-se por ações com características visuais, claras, cujas linguagens fossem diretas e pouco metafóricas, focadas em repertórios diversos, e baseadas na constante reavaliação de necessidades, bem como no cuidado com a imposição da norma neurotípica hegemônica. Conclusões: concluiu-se que, embora os trabalhos teóricos e críticos sobre o assunto sejam crescentes, persiste a necessidade de avançar em termos práticos, e o presente artigo pode ter contribuído, com ideias iniciais neste sentido. Sugere-se que pesquisas futuras apliquem e documentem programas e ações de educação sexual para pessoas autistas, expandam as análises a outros espectros e faixas etárias variadas.