
A tradução de itens culturais-específicos (ICEs) em um livro-reportagem sobre a história do Brasil
Author(s) -
Paula Giacobbo,
Patrícia Chittoni Ramos Reuillard
Publication year - 2020
Publication title -
revista letras raras
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-2347
DOI - 10.35572/rlr.v9i4.1735
Subject(s) - humanities , philosophy , physics
Este artigo apresenta uma pesquisa de Mestrado sobre problemas de tradução originados por itens culturais-específicos (ICEs) do português brasileiro para o inglês estadunidense. Adotou-se, portanto, a perspectiva de tradução de Hurtado Albir (2011) e o conceito de função de Nord (2016); o termo ICE provém de Franco Aixelá (2013). Partiu-se do levantamento de candidatos a ICE do livro 1808, publicado no Brasil, para, depois, categorizá-los; procedeu-se ainda ao levantamento de suas traduções para o inglês e, após, a uma filtragem. A análise consistiu principalmente em classificar estratégias de tradução utilizadas (FRANCO AIXELÁ, 2013): de conservação (empregadas 245 vezes) e de substituição (113 vezes). O maior uso de estratégias de conservação pode dar a impressão de que o texto não apresenta uma linguagem acessível para o leitor estadunidense, porém se observou que estratégias de conservação como a tradução linguística, a explicação intratextual e a adaptação ortográfica podem ser benéficas no sentido de ajudar o leitor a compreender o ICE. A repetição, estratégia mais utilizada na tradução dos ICEs na obra 1808, ocorre em muitos contextos em que já há informações sobre a palavra ou expressão no texto em português. É esperado, também, em uma obra sobre a história do Brasil, que o leitor estadunidense passe a conhecer mais sobre a cultura brasileira, ao mesmo tempo em que se tenta facilitar esse processo. O tradutor parece fazer isso, considerando, além do público, o gênero textual e a finalidade da tradução/função da obra.