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A palavra em declínio: um autor à procura da escrita no conto “As três toucas brancas”, de Breno Accioly
Author(s) -
Valter Cesar Pinheiro,
Elton Jônathas Gomes de Araújo
Publication year - 2020
Publication title -
revista letras raras
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-2347
DOI - 10.35572/rlr.v9i3.1702
Subject(s) - humanities , art
Este artigo propõe-se a examinar o conto “As três toucas brancas”, de Breno Accioly (1921-1966), que integra o livro de estreia do autor, João Urso, lançado em 1944 pela EPASA. Como atestam os fragmentos de rodapés publicados em periódicos e que estampam a quarta capa da primeira edição do livro, essa obra foi bem acolhida pelo meio literário e rendeu ao escritor dois importantes prêmios: o Graça Aranha e o Afonso Arinos.“As três toucas brancas” têm por narrador Sigismundo, médico de formação cujo desejo sempre foi escrever. Esse narrador-protagonista aflige-se, no momento da enunciação, por um duplo tormento: às dificuldades financeiras que atravessa soma-se uma enorme incapacidade de escrever. É sob o peso dessa angústia que recebe, de um pintor que percorre a cidade, a oferta singular para pintar os seios de sua esposa. Sigismundo, então, vê-se tomado pelo dilema de contar ou não à mulher a proposta que recebera.Homem subterrâneo do Sertão, Sigismundo destaca-se no torturante universo de personagens atormentadas criadas por Breno Accioly, cuja obra, de teor autobiográfico, é pouco conhecida do público leitor atual.