
Tradução e invenção: Gonzaga Duque e a crítica de arte simbolista
Author(s) -
André Soares Vieira
Publication year - 2020
Publication title -
revista diadorim/diadorim
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2675-1216
pISSN - 1980-2552
DOI - 10.35520/diadorim.2020.v22n1a31368
Subject(s) - humanities , art , philosophy
Este trabalho tem por objetivo refletir sobre algumas especificidades de um tipo de texto situado entre o ensaístico e o comentário: a crítica de arte praticada por um crítico-escritor do simbolismo brasileiro, Gonzaga Duque (1863 – 1911). Na esteira teórica de autores como Dario Gamboni (1991), Françoise Lucbert (2005) e Liliane Louvel (2006), dentre outros, trata-se de perceber os modos como o crítico de arte simbolista opera uma tradução intersemiótica, passando do icônico ao verbal, ao descrever os quadros a que se refere. Se a pintura detém o poder de transformar a linguagem da crítica de arte por meio de uma “tradução” dos efeitos picturais das obras comentadas, tal tradução residiria na adaptação da materialidade do quadro para a realidade do texto, através das evocações poéticas que prolongariam a experiência estética. É o que faz Gonzaga Duque em relação às obras de pintores como Félicien Rops, Puvis de Chavannes e Helios Seelinger, por meio de uma crítica de arte simbolista que transforma a substância pictórica em texto poético de forma criativa.