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Zumbis nunca morrem: entrevista com Mark Deuze
Author(s) -
Alexsandro Teixeira Ribeiro,
Jeferson Ferro
Publication year - 2020
Publication title -
interin
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1980-5276
DOI - 10.35168/1980-5276.utp.interin.2021.vol26.n1.pp143-148
Subject(s) - humanities , philosophy
No contexto da pandemia de coronavírus, o lar se tornou o "supra-local" de nossa existência, o lugar para onde convergem os diferentes tipos de interação que governam nossas vidas, antes fisicamente separadas (FUCHS, 2020). Deuze (2020) acrescenta outra convergência a esse cenário, a de dois sistemas de mídia, o tradicional (jornalismo mainstream) e o novo (mídias sociais). Em sua recém-publicada revisão das teorias fundamentais da comunicação e de sua importância para a compreensão do momento em que vivemos, ele destaca que o poder da desinformação é superestimado por instituições como a ONU, uma atitude que “... corresponde a uma visão inspirada no conceito de sociedade de massa que vê o público como uma massa de pessoas atomizadas, incapazes de dar sentido à realidade fora das mensagens a que são expostas na mídia” (2020, p. 9). A abordagem pode parecer estranha, sobretudo para quem rememora o afamado conceito de zumbi midiático de Deuze (2013), que designa indivíduos que vivem não com a mídia, mas na mídia (2012), em um ambiente em que se apagaram as linhas de fronteira entre o off e o on line. Adaptados às demandas pela sobrevivência do século XXI, os zumbis perdem-se na coletividade. “Nós somos zumbis no sentido em que sucumbimos acéfalos ao chamado de nossos aparelhos; somos zumbis porque usamos as mídias de modos que apagam nossas distinções como indivíduos” (DEUZE, 2013, p.114). Professor da Universidade de Amsterdã, Mark Deuze, autor de “Media Life” (2012) e “Beyond Journalism” (2020) acredita que atualmente o estudo da mídia e das práticas de comunicação é fundamental para a compreensão de nossos papéis no mundo. Nesta entrevista, que nos concedeu por e-mail entre julho e agosto de 2020, o questionamos sobre alguns dos principais temas que têm estado sob a sua investigação nas últimas duas décadas, em especial a reinvenção do jornalismo e a mudança do papel da mídia em nossas vidas.

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