
Uma Guerra Quente no Líbano?
Author(s) -
Bruno Tadeu Novato Resende
Publication year - 2019
Publication title -
revista hydra
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2447-942X
DOI - 10.34024/hydra.2016.v1.9122
Subject(s) - humanities , political science , art
A guerra civil libanesa, ocorrida entre 1975 e 1990, é resultado de uma política fracassada de divisão de poderes entre diferentes grupos confessionais, destacadamente os cristãos maronitas, os drusos e os muçulmanos, que acontece desde os tempos em que o Líbano era uma província do Império Otomano, e de forma indireta, do contexto mundial, a Guerra-Fria, e regional, da criação do Estado Israel, no Oriente Médio, em 1948. Essa guerra foi marcada pela presença de milícias, representantes dos partidos ligados aos principais grupos religiosos do país cujas alianças se mostraram instáveis, pela invasão israelense em 1978 e em 1982, visando à erradicação de uma dessas milícias, a OLP (Organização para Libertação da Palestina), e pela regularidade dos massacres, exemplificados pelos episódios de Karantina e Sabra e Shatila, assim como a destruição da capital do Líbano, Beirute. Neste artigo, deteremos nossa análise nos momentos iniciais do conflito, mais especificamente no ano de 1975 em Beirute, apresentando seus principais beligerantes e patrocinadores. Consideraremos também como a revista Veja, revista periódica de maior alcance e circulação no Brasil, analisou os primeiros momentos do conflito e qual panorama foi oferecido aos leitores a partir dessa análise: se as razões para o estopim do conflito estão associadas a questões históricas do próprio Líbano ou se associada quase que exclusivamente ao contexto histórico mundial da época.