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História natural de Ophiodes cf. fragilis (Raddi, 1820) (Squamata, Anguidae): aspectos morfológicos, reprodutivos, citogenéticos e locomotores
Author(s) -
Paola Rosa de Oliveira
Publication year - 2021
Language(s) - Portuguese
Resource type - Dissertations/theses
DOI - 10.34019/ufjf/te/2021/00057
Subject(s) - biology , humanities , art
Os lagartos do gênero Ophiodes, conhecidos popularmente como cobras-de-vidro, se caracterizam pelo corpo em formato serpentiforme, ausência de membros anteriores e membros posteriores rudimentares. Foram registrados em diferentes regiões do Brasil e em outros países da América do Sul. Apesar de suas peculiaridades morfológicas e grande distribuição geográfica, são raros os estudos conduzidos com espécies desse gênero. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de contribuir para o conhecimento de aspectos morfológicos, reprodutivos, citogenéticos e locomotores de uma espécie do gênero utilizando variadas metodologias. Considerando os impasses taxonômicos no gênero, optamos por nomear a espécie estudada como Ophiodes cf. fragilis. Os resultados demonstraram ausência de dimorfismo sexual associada a forma e tamanho em Ophiodes cf. fragilis. Quando avaliados os mesmos parâmetros foi possível diferenciar esta espécie de espécimes de Ophiodes fragilis. O sistema urogenital possui morfologia semelhante a anteriormente descritas para Squamata. Foi constatada variação morfológica microscópica associada a períodos reprodutivos e não reprodutivos do ano. Destaca-se a presença do segmento sexual renal nos rins de machos e fêmeas adultas. O hemipênis e o hemiclitóris possuem estruturas microscópicas similares, se distinguindo quanto ao formato e morfologia externa. O número e morfologia dos cromossomos de Ophiodes cf. fragilis foi semelhante ao já conhecido para outras espécies de Ophiodes. Novas análises de citogenética tradicional e molecular foram realizadas pela primeira vez para uma espécie do gênero. Os espécimes de Ophiodes cf. fragilis se locomovem predominantemente pelos modos serpentina e retilíneo, sendo observado a movimentação em determinadas situações do membro posterior vestigial. Há fortes indícios que o membro posterior seja um membro extremamente reduzido, e não vestigial, pela presença de ossículos que o sustentam com atividade metabólica e ligados a uma fina cintura pélvica. Os osteodermos estão presentes em todo o corpo do animal, com a morfologia dos canículos equivalente a descrita para o gênero. O presente estudo apresenta dados inéditos e complementa outras informações previamente conhecidas para o gênero. As metodologias utilizadas e os resultados obtidos poderão ser facilmente replicados e utilizados como base para estudos futuros com outras espécies de Ophiodes.