
Antropologia e imagem
Author(s) -
Sylvia Caiuby Novaes
Publication year - 2020
Publication title -
teoria e cultura
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2318-101X
pISSN - 1809-5968
DOI - 10.34019/2318-101x.2020.v15.32998
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Produzimos e contemplamos imagens desde o início da humanidade. Historicamente a presença de imagens entre nós vem se intensificando e está presente nos mais diversos contextos: no contexto médico, científico, religioso, no apoio à segurança de nossas cidades, nas mídias sociais que passam a substituir a interação social, na espetacularização da vida cotidiana. O objetivo desse artigo é apontar para a importância de análises antropológicas voltadas a esses diversos usos da imagem em nossa sociedade e, simultaneamente, discutir como, historicamente, a importância que atribuímos aos nossos sentidos pode variar, dependendo da época e da cultura em questão. Se a visão era órgão central do conhecimento desde o século XIX, no século XVI, em plena Reforma, a audição era o órgão valorizado, era necessário escutar as palavras de Deus, a fé era audição. Cabe perguntar: como nós, cientistas sociais, valorizamos cada um dos sentidos, que papel atribuímos à visão e às imagens na produção de nosso conhecimento? O artigo procura2 mostrar o paradoxo de uma ciência atravessada pelo visualismo e que, ao mesmo tempo, reitera a primazia do texto verbal, afastando-se seja da produção de imagens, seja de sua análise. Nas Ciências Sociais foi a Antropologia que passou a apontar para a riqueza do uso da imagem em nossas disciplinas e foram muitos os núcleos criados no país para a análise e produção de imagens em uma perspectiva antropológica.