
Eu sou mais indie que você! As disputas do indie rock para se afirmar como rock autêntico
Author(s) -
Nadja Vladi Gumes
Publication year - 2018
Publication title -
teoria e cultura
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2318-101X
pISSN - 1809-5968
DOI - 10.34019/2318-101x.2018.v13.13904
Subject(s) - indie film , humanities , art , visual arts
Este artigo é um recorte da minha tese de doutorado que teve como proposta desenvolver um modelo compreensivo para análise dos processos de classificação que envolvem práticas musicais. Partindo da autonomeação de críticos e fãs de rock, que assumem suas práticas como pertencentes ao gênero indie rock, o texto aborda os sistemas classificatórios do mundo da música como um complexo processo de comunicação que serve de base para a partilha de experiências musicais, valores ideológicos, lógicas comerciais e partilhas sociais presentes na produção, no consumo e na circulação dos produtos midiáticos. Assim, procura-se observar como o gênero cultural indie rockconfigura tensões, disputas e negociações que envolvem as inter-relações entre autonomia criativa e estratégias de mercado dentro da indústria da música. Questões como circular em selos independentes, estar fora de programas de televisão, usar a internet, não fazer parte domainstream, gravações com a poética dehome studio, uso de muitas guitarras, de vocais suaves, de letras mais existencialistas, do hibridismo musical, do minimalismo, das distorções, da autonomia criativa, da originalidade são algumas marcas que fazem com que esta comunidade perceba e identifique determinadas sonoridades como indierock.