Influência das variáveis climáticas no incremento diamétrico de Bauhinia forficata Link, Mimosa scabrella Benth. e Schinus terebinthifolius Raddi

Este trabalho verificou a influência das variáveis climáticas no incremento diamétrico das espécies florestais Schinus terebinthifolius Raddi., Mimosa scabrella Benth. e Bauhinia forficata Link em uma floresta em processo de recuperação implantada no ano de 2007, em Guarapuava, Paraná. Foram amostradas 43 árvores da espécie S. terebinthifolius, 38 da espécie M. scabrella e 30 da espécie B. forficata. Foram retiradas duas amostras de cada árvore, os anéis de crescimento foram marcados e mensurados com o Software Image J, as medidas foram submetidas ao controle de qualidade com o Software Cofechae as cronologias geradas com o Software Arstan. As variáveis climáticas foram evaporação, insolação, precipitação anual (mm), temperatura máxima, média e mínima (ºC) e umidade relativa, obtidas para o período de 2007 a 2018, disponibilizados pela estação meteorológica da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO, Guarapuava – PR. Foi utilizada a Correlação de Pearson, a análise fatorial e de componentes principais para verificar a relação entre as variáveis climáticas e o incremento. Os resultados mostraram correlação significativa positiva do incremento em diâmetro da espécie B. forficata e S. terebinthifolius com as variáveis evaporação, precipitação, temperatura máxima, média e mínima e negativa com as variáveis insolação e umidade relativa. A espécie M. scabrella apresentou correlação significativa positiva com as variáveis evaporação, precipitação e temperatura mínima, e negativa com as variáveis insolação e umidade relativa e não apresentou correlação significativa com as variáveis temperatura máxima e média. Os anos característicos de altos e baixos crescimentos são os mesmos para as três espécies, que demonstraram alta correlação entre as cronologias e alta sensibilidade aos fatores climáticos. As variáveis precipitação e temperatura influenciaram no crescimento das espécies. O incremento médio do diâmetro para M. scabrella foi 1,51 cm.ano-1, 1,09 cm.ano-1 para S. terebinthifolius e 0,73 cm.ano-1 para B. forficata. Devido às condições da área de estudo em função das ações antrópicas, recomenda-se ações como isolamento físico da mesma, de modo que se favoreça a manutenção dos processos ecológicos naturais da floresta. Estudos sobre a dendrocronologia de árvores que foram implantadas em ambientes degradados e submetidos à recuperação são necessários para compreender a relação do crescimento das espécies florestais com os fatores climáticos e a sua importância para a manutenção das funções ecológicas no local.