Condutas antissociais e delitivas: sua relação com a identidade com pares socionormativos

Os comportamentos antissociais compreendem tanto comportamentos inobservantes, como sair sem permissão ou dizer palavrões (antissocial) como aqueles que infringem diretamente o código penal, tais como roubar coisas, portar uma arma (delitivos). Em relação à explicação sobre este construto existe um consenso por parte dos pesquisadores em afirmar que se trata de uma questão que envolve vários fatores para sua manifestação. Já os pares socionormativos, estes se referem aos grupos que são as bases para socialização do indivíduo, isto é, pai, mãe e professor. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo verificar o padrão de relação entre a identidade com pares socionormativos e os comportamentos antissociais e delitivos. Participaram desse estudo 188 jovens e adultos da cidade de Parnaíba-PI, de ambos os sexos, sendo 100 (53,2%) mulheres e 88 (46,8%) homens, com uma média de idade de 22,25 anos (DP = 3,04; amplitude de 16 a 40), a maioria se declarou solteira (95%) e estar cursando o ensino superior incompleto (93%), pertencer a classe média 64%. Os participantes responderam dois instrumentos: Questionário de Comportamentos Antissociais e Delitivos em sua versão reduzidas de 20 itens a Escala de Identidade com Pares Socionormativos e um bloco de questões sócio demográficas. Os resultados obtidos indicaram que a identidade com pares socionormativos se relacionou inversamente com os comportamentos antissociais, no entanto não apresentaram correlação com os comportamentos delitivos. Além disso, confirmou a hipótese de que mulheres são menos propensas a apresentar comportamento socialmente desviante em relação aos homens. É importante enfatizar que um dos aspectos limitantes do presente estudo, foi o tipo de amostra utilizada (por conveniência), o que se distancia da realidade concreta dos autores que pesquisam sobre o construto dos comportamentos delitivos. Por fim, esses resultados corroboram pesquisas previamente publicadas, conclui-se, entretanto, que existe ainda um longo caminho a se explorar, principalmente no que se refere à elaboração de estratégias que possam auxiliar a identidade com os pares socionormativos como fator de proteção para as condutas antissociais e delitivas.