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“Foi medo, não foi coragem”: iniquidades raciais na assistência obstétrica
Author(s) -
Juliana Cristiscimento Guimarães,
Andreza Rodrigues Nakano,
Aricele Ferreira dos Santos
Publication year - 2020
Publication title -
research, society and development
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-3409
DOI - 10.33448/rsd-v9i12.10918
Subject(s) - psychology , humanities , art
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem compreensivista, que objetivou explorar a perspectiva de mulheres negras sobre as iniquidades raciais na assistência obstétrica e analisar as suas percepções acerca da assistência recebida durante a gestação, parto e pós-parto. Foram entrevistadas oito mulheres, no período de abril a setembro de 2019, através de entrevistas individuais, utilizando a técnica de entrevista narrativa aberta. Os dados foram analisados por meio da técnica da análise de conteúdo temático. As entrevistadas afirmam que desejam um parto respeitoso e de sua escolha, entretanto, relatam as experiências racistas vividas e estratégias utilizadas durante a gestação para fugir da violência obstétrica. Conclui-se que elas consideram o cenário da assistência obstétrica desigual e mais violento para as mulheres negras, e em seus processos de gestar e parir criam uma rota de fuga dessa violência, em busca de garantir um parto humanizado. Além disso, afirmam que a rede de apoio é fundamental para o protagonismo durante o parto e para a mulher negra essa rede também funciona como fator protetor diante da violência obstétrica.