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Caiçara: a lepra nos destinos femininos
Author(s) -
Luciano Marcos Curi,
Vera Lúcia Puga,
Ana Carolina Pires das Dôres,
Fábia Núbia Moura e Silva
Publication year - 2020
Publication title -
research, society and development
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-3409
DOI - 10.33448/rsd-v9i11.11268
Subject(s) - art , humanities
O presente artigo refere-se à história da lepra no Brasil observada a partir de um filme brasileiro de 1950, período áureo do isolamento dos leprosos no país e no mundo. A história de uma época flagrada numa peça artística-cultural produzida para o entretenimento, onde se desvela comportamentos e mentalidades que levaram ao exílio sanitário dos leprosos no Brasil. Para compreender tanto o filme quanto o seu enredo procurou-se articular e combinar as recentes pesquisas sobre a lepra no Brasil e no mundo aos estudos feministas, com o objetivo de esclarecer a personagem central que se trata de uma jovem, filha de leprosos isolados, e atingida diretamente pelo flagelo que assolou sua família. A pesquisa objetivou então compreender a história da lepra por uma fonte até então subutilizada pelos historiadores e demais estudiosos do assunto. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória, bibliográfica e documental realizada em fontes primárias e secundárias, além do próprio filme, que procurou articular a história da lepra as pesquisas sobre feminismo.  Concluiu-se que a lepra durante a maior parte do século XX infundia um medo coletivo incompatível com sua real periculosidade, porém, compreensível a luz da sua longa história de discriminação alimentada por preconceitos religiosos e culturais desde o mundo antigo. Enfim, uma época em que a lepra se revestia de medos e tabus compreensíveis apenas sob a luz de sua longa história. Uma época em que a atual hanseníase ainda não existia, pois estava em gestação.

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