Alterações na integridade da pele em profissionais de saúde de um hospital universitário frente ao uso de equipamento de proteção individual no enfrentamento da pandemia de COVID-19: estudo retrospectivo

Objetivo: identificar as principais alterações da integridade da pele frente ao uso de equipamento de proteção individual (EPI)/paramentação e determinar a taxa de incidência dessas alterações. Metodologia: pesquisa exploratória descritiva com abordagem quantitativa. A coleta de dados ocorreu em janeiro de 2022, mediante ficha de coleta de dados com perguntas abertas e fechadas. A amostra foi composta de profissionais, cujo critério de inclusão foi o uso de EPI/paramentação frente atuação na pandemia de COVID-19. O local da pesquisa foi um hospital universitário do Rio de Janeiro. Resultados: 84 profissionais responderam a ficha de coleta de dados, sendo 66,7% feminino e 33,3% masculino. As principais alterações da integridade da pele foram: 84% dos profissionais de saúde participantes relataram hiperemia (vermelhidão), 85% marcas na pele por pressão, 36% lesões, 57% aumento da umidade na pele e 23% afirmaram ter tido alguma alteração dermatológica não especificada. A máscara PFF2 do tipo N95 foi o EPI mais citado como causador de alterações dermatológicas. Conclusão: A necessidade de uso contínuo de EPI/paramentação, por longos períodos e por vezes sem respeitar medidas de prevenção, determinou surgimento de alterações dermatológicas em decorrência de fatores de riscos externos como a pressão, fricção e alteração do microclima da pele, enquanto variáveis intervenientes de quebra de integridade da pele. Portanto, ações de educação em saúde do trabalhador são recomendadas para que todos os profissionais, a fim de que reconheçam riscos, identifiquem lesões decorrentes do uso de EPI/paramentação podendo com isso evita-las durante suas atividades laborais.