Considerações sobre interações entre medicamentos usados no tratamento de linfomas e na terapia experimental da COVID-19

Os linfomas são neoplasias caracterizadas por um ambiente tumoral imunocomprometido que induz processos inflamatórios cuja produção de células de defesa pode ser posteriormente afetada pela quimioterapia. Esses detalhes levam a supor que indivíduos com esses cânceres apresentam complicações clínicas mais graves quando contaminados pelo SARS-CoV-2, o que torna necessário a atenção para o correto manejo terapêutico. Assim, este estudo resume os medicamentos usados ​​no tratamento dos linfomas e na terapia experimental da COVID-19, e discute as possíveis interações esperadas entre os medicamentos. A maioria das interações medicamentosas ocorre por meio de alterações no metabolismo do sistema enzimático do citocromo P450 ou no transportador de efluxo da glicoproteína P (gp-P). Dependendo das combinações, pode haver aumento ou diminuição da concentração do medicamento e, consequentemente, aumento da toxicidade ou diminuição da eficácia, o que significa que a farmacocinética deve ser fortemente considerada para promover a segurança do medicamento e melhor manejo de pacientes com COVID- 19 e linfomas.