
Neurotropismo de SARS-CoV-2: Possíveis impactos da COVID-19 em portadores de Esclerose Lateral Amiotrófica
Author(s) -
Nayane Soares de Lima,
Caroline Christine Pincela da Costa,
Ângela Adamski da Silva Reis,
Rodrigo da Silva Santos
Publication year - 2021
Publication title -
research, society and development
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-3409
DOI - 10.33448/rsd-v10i7.16441
Subject(s) - amyotrophic lateral sclerosis , medicine , disease
A esclerose lateral amiotrófica é uma doença neuromuscular degenerativa que acomete os neurônios motores superiores e inferiores. O estado de debilitação motora e funcional decorrente da progressão da doença os expõe a um risco possivelmente fatal no caso de infeção pelo SARS-CoV-2, especialmente devido ao severo acometimento pulmonar, característico do avanço da patologia degenerativa em questão. Nesta revisão, elencamos os principais mecanismos associativos entre a doença e a COVID-19, destacando, principalmente, os aspectos virais neuroinvasivos. O estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, realizada mediante revisão narrativa da literatura. A literatura acerca do novo coronavírus tem demonstrado a capacidade viral de neuroinvasão e neurotrópica do SARS-CoV-2. Atualmente, as evidências comprovam que a infecção não é restrita ao trato respiratório, o qual é o sítio primário da infecção. Com base nos achados, propõe-se a existência de três cenários viáveis no impacto do SARS-CoV-2 e a neuroinvasão: (1) indução, de forma direta, às alterações neurológicas; (2) agravamento de condições neurológicas previamente instaladas; e (3) aumento na susceptibilidade ou da deterioração de danos provocados por outras injúrias, nesse caso, considerando os portadores de ELA. Conclui-se que existe a possibilidade de um período latente do SARS-CoV-2 no SNC. Dessa forma, é crucial a observação de sintomas neurológicos posteriores no individuo, decorrentes da reativação viral, resultando em progressão continua dos processos neuroinflamatórios associados à ELA. As capacidades neuroinvasivas e neurotrópicas do vírus também devem ser observadas em longo prazo para elucidar se as doenças neurodegenerativas, como a ELA conferem vulnerabilidade direta a COVID-19.