
Caracterização de lodo produzido nas lavanderias têxteis da região Agreste de Pernambuco para uso em materiais de construção alternativos
Author(s) -
Lyneker Souza de Moura,
Carina Lessa Silva,
Ana Carolina dos Santos Reis,
E. P. Marinho,
Ana Cecília Vieira da Nóbrega,
Arnaldo Manoel Pereira Carneiro
Publication year - 2021
Publication title -
research, society and development
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-3409
DOI - 10.33448/rsd-v10i4.14078
Subject(s) - physics , humanities , philosophy
O lodo têxtil é um resíduo resultante do procedimento de tratamento físico-químico do efluente das lavanderias têxteis. Esse material é classificado pela norma brasileira como resíduo não perigoso, tendo em vista que, apesar da sua variada composição química, seus componentes não apresentam grandes riscos de contaminação humana. Diante do descarte inadequado desse resíduo na região do Agreste pernambucano pelas lavanderias, percebeu-se a necessidade da geração de alternativas que proporcionem o uso desse material, uma vez que atualmente não há relatos acerca da sua reciclagem ou aproveitamento. O objetivo deste trabalho foi constatar que os materiais de construção são uma excelente matriz receptora desse resíduo, proporcionando uma redução considerável de seu descarte inadequado e dos possíveis danos ambientais. Para viabilizar o uso desse resíduo, o lodo foi caracterizado por meio de análises de massa específica, granulometria a laser, análise termogravimétrica e térmica diferencial, fluorescência de raios-X, difração de raios-X, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier. Foi obtido um valor de 2,20 g/cm3 para sua massa específica e um diâmetro médio de partículas de 26,10 ± 0,65 μm, sendo 97,15% delas com diâmetro inferior a 80 μm, o que caracterizou o material como fíler. Quanto à sua composição, os principais componentes determinados foram CaO, MgO e SiO2, sendo o resíduo parcialmente amorfo com picos cristalinos. Ao submetê-lo ao aquecimento, ficou evidente que o lodo possui cerca de 20% de matéria orgânica. O lodo têxtil apresentou evidências positivas que reiteram a possibilidade de sua utilização como constituinte de materiais de construção alternativos.