O trabalho de luto e o trabalho com o luto: percepção de estagiários de enfermagem sobre a morte e o morrer junto a pacientes hospitalizados

Cientificamente, a morte é um evento biológico, natural e inevitável que caracteriza o final da vida, sendo considerada a falência irreversível do funcionamento dos órgãos. Este estudo objetivou investigar como o estagiário de enfermagem lida com o processo de morte e luto. Trata-se de uma pesquisa de campo, do tipo descritiva-exploratória, transversal, com abordagem qualitativa, realizada em um hospital geral e em uma maternidade localizados em um município do estado do Maranhão. A amostra foi composta por 10 estagiários de enfermagem. Como resultado constatou-se que os estagiários de enfermagem possuem dificuldades em lidar com a morte e o luto. Os principais sentimentos despertados diante da morte foram a impotência, tristeza, fracasso, frustração, dor, angústia e frieza. Assim, para se proteger, os acadêmicos criam estratégias, das quais se destacam a aceitação, racionalização, religiosidade, distanciamento e negação. Percebeu-se, também, que a compreensão deles frente a finitude da vida está relacionada às experiências pessoais de cada um, entretanto, notou-se que a morte de crianças, jovens e pacientes oncológicos são as mais difíceis de lidar. Conclui-se, em razão dos aspectos mencionados, a importância de introduzir na grade curricular disciplinas que abordem o processo de morte/morrer e luto. Recomenda-se que o estagiário de enfermagem busque realizar cursos, pós-graduações e especializações ao decorrer de sua vida profissional, a fim de adquirir aprendizados sobre como lidar com situações de terminalidade, prestando assistência de qualidade e compartilhando conceitos e experiências.