
Violência sexual intrafamiliar: revelação, redução de danos e prevenção
Author(s) -
Aline Bitencourt Monge,
Flávia Calanca da Silva,
Carlos Alberto Landi,
Denise Chrysostomo Suzuki,
Maria Sylvia de Souza Vitalle
Publication year - 2021
Publication title -
research, society and development
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-3409
DOI - 10.33448/rsd-v10i16.24121
Subject(s) - sexual violence , humanities , psychology , sexual abuse , art , poison control , criminology , medicine , injury prevention , environmental health
Este artigo é parte de um projeto maior, realizado com a participação de adolescentes e jovens adultos alunos da graduação, de uma Universidade Federal. É uma pesquisa descritiva com orientação qualitativa, onde utilizamos a técnica de coleta de dados da História Oral, os relatos orais de vida, das participantes que confirmaram terem sofrido algum tipo de violência sexual intrafamiliar durante a infância e/ou a adolescência. Objetivamos conhecer as histórias e as características da violência sexual intrafamiliar, de forma a refletir sobre a revelação, a prevenção e a redução de danos. Os relatos apontam que as sobreviventes à violência sexual intrafamiliar temem a reação familiar à revelação, receiam serem desacreditadas e/ou responsabilizadas pela violência sexual, sentem-se culpadas mesmo sabendo que foram sujeitos vulneráveis em situações de violência. Neste estudo, parte das nossas participantes não revelaram a violência sexual imediatamente por não saberem ou terem certeza do significado da violência sexual na época. Outras temeram por seus familiares e a tristeza, raiva, descontrole emocional que a verdade poderia lhes causar, preocupando-se com a possibilidade de vivenciar mais violência. Consideramos fundamental que as crianças e adolescentes sejam prevenidos sobre a possibilidade de a violência sexual ocorrer, que sejam educadas sobre as formas de manifestação, inteirando a possibilidade do(a) violentador(a) ser alguém de sua confiança, um(a) familiar ou amigo(a) da família, orientando que toda violência deve ser revelada a um adulto quantas vezes forem necessárias, pois muitas vezes a revelação não é acolhida, nem a violência é interrompida.