Timpanismo abomasal por sablose em bezerro neonato – relato de caso

As enfermidades abomasais em bezerros neonatos são pouco frequentes, mas quando ocorrem estão associadas a manifestações clínicas severas, com prognóstico reservado, custo elevado com tratamentos, atraso no desenvolvimento e óbito. Dentre essas enfermidades, destaca-se por sua frequência e severidade clínica o timpanismo abomasal. Objetivou-se relatar um caso de timpanismo abomasal em decorrência de sablose em uma bezerra de 12 dias de idade. O animal tinha histórico clínico de episódios de cólica, inapetência, taquicardia, taquipneia e distensão abdominal com presença de ressonância subtimpânica à percussão da fossa paralombar direita; foram realizados exames complementares como hemograma, que evidenciou leucocitose por neutrofilia e hiperfibrinogenemia, análise do conteúdo ruminal, que revelou elevação do teor de cloretos, e a ultrassonografia, cujas imagens sugeriram acentuada distensão abomasal no antímero direito; o animal foi submetido a laparotomia exploratória, sendo diagnosticado o timpanismo abomasal secundário a sablose, que foram corrigidos através da abomasotomia e posterior esvaziamento do órgão. A evolução clínica do animal foi satisfatória, retornando os parâmetros clínicos fisiológicos, seguida de alta hospitalar no terceiro dia de hospitalização. Ressalta-se os aspectos singulares deste caso, onde o bezerro não recebia aleitamento artificial e a presença de aproximadamente 1kg de areia no abomaso oriunda de ingestão em um animal de apenas 12 dias de idade. Portanto, sugere-se incluir dentre os diagnósticos diferencias das abomasopatias em bezerros neonatos, a sablose, particularmente, se for observado fatores predisponentes para ingestão excessiva de areia.