
Hanseníase e migração: correlação espacial em um Estado hiperendêmico da Amazônia brasileira
Author(s) -
Waltair Maria Martins Pereira,
Rebeca Lima Braga,
Emanuele Rocha da Silva,
José Natanael Gama dos Santos,
Belmiro Figueiredo Vinente Neto,
João Victor Filgueiras Mota,
Raiula Gabriela da Silva Teixeira,
Ivone Diniz Chaquiam,
Érika Martins Pereira,
Igor da Silva Narvaes,
Marcos Adami,
Lourdes Maria Garcez
Publication year - 2021
Publication title -
research, society and development
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-3409
DOI - 10.33448/rsd-v10i1.11164
Subject(s) - humanities , geography , philosophy
Este estudo teve como objetivo identificar a dependência espacial das taxas de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos com a proporção de migração, no estado do Pará. Foi realizada pesquisa com desenho de estudo ecológico em uma série histórica de casos de novos de hanseníase, entre os anos de 2006 a 2015, a partir de do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis do Ministério da Saúde, referentes ao Estado. A evolução temporal da taxa de detecção geral, padronizada pela idade, apresentada geograficamente, identificou um corredor de muito hiperendemicidade, no sentido Sudoeste-Sudeste do Estado e dois aglomerados de municípios, também de muito hiperendemicidade, na fronteira com os estados do Tocantins e do Maranhão. A análise espacial demonstrou que as taxas médias na população em geral e em menores de 15 anos e a proporção de migração apresentaram autocorrelação espacial positiva, permitindo identificar clusters localizados nas áreas Sudeste, Sudoeste, Centro Norte e Nordeste do Estado. Nessas áreas estão concentrados os projetos de exploração mineral e de agropecuária e foram construídas duas Usinas Hidroelétricas nas décadas de 1960 e 2000, sendo favorecidas por rede viária e ferroviária consolidada que é usada para o escoamento dos produtos e para o intenso fluxo migratório das pessoas. Esta pesquisa evidencia que a hanseníase apresenta alta magnitude com característica de transmissão e que os 2/3 da área territorial que expressam hiperendemicidade, a destacando como sério problema de saúde pública no estado do Pará.