
A corrida e seus limites
Author(s) -
Jean Louis Peytavin
Publication year - 2015
Publication title -
revista brasileira de fisiologia do exercício/revista brasileira de fisiologia do exercício
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2675-1372
pISSN - 1677-8510
DOI - 10.33233/rbfe.v14i1.126
Subject(s) - humanities , physical activity , gerontology , medicine , art , physical therapy
Qual é a limite do treinamento em jogging e corrida? O maratonista vive mais tempo do que o sedentário diabético e hipertenso? Temos que limitar o tempo da corrida diária? A resposta parece óbvia, mas não tanto: na verdade não existem estudos definitivos sobre o assunto e não sabemos ainda se treinar para o Ironman é uma boa ideia no que se refere à longevidade.Um estudo recente [1], realizado na Dinamarca, acompanhou um grupo de 1098 corredores e 413 pessoas sedentárias, mas saudáveis, participantes de um estudo sobre as doenças cardiovasculares, com ajustes por idade, sexe, educação, diabetes e saúde cardiovascular. Geralmente, os corredores eram mais jovens, menos fumantes e diabéticos, com IMC e pressão arterial mais baixos do que os sedentários. Após 12 anos de acompanhamento, o estudo concluiu que os praticantes mais leves, os que correm entre 1 e 2,4 horas por semana, divididas em 3 sessões, são os que apresentam o menor risco de mortalidade, todas causas confundidas. O risco de mortalidade aumenta com o treino semanal e os praticantes mais assíduos apresentam ao final a mesma taxa de mortalidade do que os sedentários. Os autores concluem que atividade física reduziu o risco de morte de 30% (ou ganho de 5 a 6 anos de vida segundo outro estudo) em relação às pessoas sedentários, e que o maior ganho de longevidade se encontra do lado da atividade leve, tipo jogging. Isso se explicaria pela intensidade do esforço cardíaco na corrida e pelo risco de distúrbios do ritmo cardíaco, principalmente de fibrilação auricular em caso de treinamento intenso.