SHOPPING CENTERS NO PERU SOB O NEOLIBERALISMO: EXPANSÃO EM LIMA E REPERCUSSÃO NAS DEMAIS CIDADES

No presente artigo, fazemos uma explanação do processo de implantação dos espaços comerciais nas cidades peruanas. De modo mais específico, temos por objetivo entender o processo de expansão dos shopping centers, numa realidade marcada por uma diversidade de espaços comerciais, como supermercados, mercados de abastecimento, centros comerciais populares, bodegas etc. Os procedimentos metodológicos utilizados foram leitura bibliográfica, análise documental e produção cartográfica. Verificamos o centralismo exercido pela capital nacional, a cidade de Lima, na concentração dos espaços comerciais modernos. Acontecimentos históricos importantes, como o conflito armado entre o Estado Peruano e o Grupo Maoísta Sendero Luminoso e a crise econômica concomitante, desestruturaram o país na década de 1980, levando a um declínio significativo do funcionamento dos espaços comerciais, como shopping centers, supermercados e lojas de departamento. Por outro lado, outros espaços comerciais surgiram durante a crise, a maioria deles ligada à “informalidade”, dentre os quais, os centros comerciais populares. Portanto, devido a um acontecimento de ordem não somente econômica, mas também política, os shopping centers, somente no final da década de 1990, retomaram seu processo de expansão, no âmbito da economia neoliberal implantada no governo de Alberto Fujimori, repercutindo de maneira mais evidente na estruturação do espaço urbano, em Lima e, posteriormente, em Chiclayo, Arequipa, Trujillo e várias cidades médias. Enfim, os mercados de abastecimentos, galerias comerciais populares, centros comerciais populares, bodegas, feiras e o comércio ambulante coexistem, desde finais do século XX, no contexto do capitalismo neoliberal, com espaços comerciais modernos, construídos e administrados por grandes grupos empresariais limenhos e chilenos.