Open Access
Perfil De Aloimunização Em Pacientes Oncológicos
Author(s) -
Thaynara Freitas Afonso,
Amanda Ribeiro de Oliveira,
Maurício Drummond Alves,
Christiane Mariotini Moura Vasconcellos
Publication year - 2021
Publication title -
núcleo do conhecimento
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2448-0959
DOI - 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/perfil-de-aloimunizacao
Subject(s) - medicine , gynecology
A transfusão sanguínea é um procedimento que coloca os antígenos do doador em contato com os anticorpos do receptor. Embora este processo seja uma terapia efetiva, existem riscos causados por procedimentos inadequados, erros ou omissões. Os anticorpos irregulares (aloanticorpos) estão relacionados à maioria das reações transfusionais hemolíticas fatais notificadas, sendo a segunda principal causa de morte relacionada à transfusão. Para evitar essas reações, a bolsa fenotipada é uma ferramenta fundamental, no entanto, nem sempre está disponível em tempo hábil, onde muitas vezes a transfusão é de caráter emergencial. O presente estudo teve como objetivo avaliar a frequência de anticorpos irregulares e descrever o perfil fenotípico dos pacientes atendidos no Hospital do Câncer de Muriaé. Foram 149 protocolos de atendimento de pacientes oncológicos com resultados positivos para Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI). O perfil desses pacientes correspondeu ao observado para a população brasileira, prevalecendo o sexo feminino (59,7%) e indivíduos acima de 50 anos. O grupo sanguíneo mais prevalente foi o tipo O (34,9%). Quanto ao tipo de neoplasia, prevaleceram as leucemias e linfomas (18,8%). Aproximadamente 23% dos pacientes aloimunizados desenvolveram anemia e 33,6% já haviam sido submetidos a transfusões sanguíneas. Entre os anticorpos detectados, 29,7% foram equivalentes a anticorpos sem especificidade, 25,5% autoanticorpos e 45% são anticorpos de especificidade determinada, onde anti-E > anti-c > anti-D > anti-K > anti-M foram os mais frequentes. Com relação aos sistemas de anticorpos, os mais frequentes foram: Rh (37,6%), Kidd (26,2%), Duffy e MNS (21,5%). Observamos que a aloimunização ocorreu já nos primeiros contatos com a transfusão, diferentemente do que relatam outros estudos, onde a maioria dos pacientes aloimunizados eram politransfundidos. A presença desses anticorpos representa um risco para a prática transfusional. Acreditamos que a realização da imunofenotipagem no próprio hospital traria maior agilidade e segurança no processo transfusional, especialmente para pacientes aloimunizados.