O PAPEL DA EDUCAÇÃO PARA A EMERGÊNCIA DE UM HOMEM NOVO NA ÉPOCA DAS LUZES

Ao longo do século XVIII registou-se um amplo movimento de valorização da educação enquanto via para a construção de um homem novo. Na Europa das Luzes, a articulação entre educação e liberdade afirma-se como uma relação necessária (e.g. Émile, de Rousseau), bem como condição fundamental para o exercício do progresso e para a capacitação do homem enquanto ator histórico no alto quadro civilizacional da Europa coeva. Partindo do princípio de que todo o homem seria dotado de razão em igualdade de circunstâncias, uma das pedras de toque da filosofia das Luzes passou precisamente pela necessidade de reforço da educação no quadro das modernas sociedades ocidentais, com vista à emancipação dos homens face ao paradigma dos Antigos. A presente proposta explora esta tendência de valorização da educação no âmbito do pensamento português da época. Destacaremos alguns autores cuja reflexão ajudou à construção desse olhar sobre a educação, enquanto meio fundamental para a implementação de uma nova sociedade e de um renovado sentido político. Articularemos ainda esses antecedentes teóricos com as amplas reformas pombalinas do ensino, que intentaram em certa medida, ainda que sob o signo das suas idiossincrasias, afirmar o sentido racionalizante e modernizante que os ideais educativo-pedagógicos da época postulavam.Palavras-chave: Educação. Luzes. Época Pombalina