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Abordagem do pé pendente nos cuidados de saúde primários: relato de caso
Author(s) -
Mariana Martinho,
Médico de Família,
Ina Garuta,
Isabel Marques,
Sérgio Barros Cardoso,
Teresa Libório,
Joana Costa
Publication year - 2021
Publication title -
revista portuguesa de medicina geral e familiar
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2182-5181
pISSN - 2182-5173
DOI - 10.32385/rpmgf.v37i5.13066
Subject(s) - medicine , gynecology , humanities , philosophy
Introdução: O pé pendente define-se pela incapacidade em elevar o pé por diminuição da força dos músculos dorsiflexores. Para elaborar um plano de tratamento é necessário determinar a sua etiologia. Cabe, assim, ao médico de família reconhecer as situações em que a gestão desta entidade poderá ser feita exclusivamente em cuidados de saúde primários, diferenciando-as das que poderão exigir avaliação e orientação em meio hospitalar. Descrição do Caso: Homem de 71 anos com hipertensão arterial e dislipidemia, medicado com indapamida. Em consulta com o médico de família referia que, há dois dias, havia permanecido sentado por duas horas com a perna direita cruzada sobre o membro inferior contralateral. Ao levantar-se notou dormência do pé direito, o qual não conseguia elevar. À observação apresentava marcha em steppage, com pé direito pendente e diminuição da sensibilidade do dorso do mesmo. Foi pedida eletromiografia, que documentou acentuada lesão axonal do nervo peroneal comum direito abaixo do colo do perónio, compatível com compressão prolongada. Foi submetido a sessões de fisioterapia, demonstrando resolução completa do quadro após três meses. Comentário: A neuropatia do nervo peroneal comum é a causa principal de pé pendente e a terceira neuropatia focal mais frequente, depois do nervo mediano e nervo cubital. A etiologia mais frequente é a compressiva. O local mais afetado é onde o nervo contorna o colo do perónio, manifestando-se por marcha em steppage, consequente à diminuição da força dos músculos dorsiflexores do pé. Embora o diagnóstico seja habitualmente clínico, a maioria dos pacientes requer eletromiografia. O tratamento inicial costuma ser conservador, sendo comum ocorrer resolução das queixas em três meses. Esta é uma condição que poderá ser pouco frequente na prática clínica em medicina geral e familiar, mas cuja abordagem poderá, muitas vezes, ser feita em cuidados de saúde primários. É importante saber tranquilizar os pacientes quanto à semiologia, abordagem terapêutica e prognóstico.

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