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Cuidados de enfermagem ao cliente com peritoneostomia
Author(s) -
Carlos Eduardo Peres Sampaio,
Ariane da Silva Pires
Publication year - 2019
Publication title -
revista enfermagem atual in derme
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2447-2034
DOI - 10.31011/reaid-2019-v.87-n.especial-art.149
Subject(s) - medicine , humanities , gynecology , philosophy
Define-se peritoneostomia como uma técnica cirúrgica conhecida como “abdome aberto”, que é um tratamentocomplexo e crucial, o qual consiste num procedimento de controle de danos nos casos de hipertensão intra-abdominal (HIA) e síndrome compartimental abdominal (SCA), além de peritonite supurativa severa. De acordo com aliteratura mundial, o reconhecimento rápido e a laparotomia descompressiva são os melhores tratamentos para HIAe SCA pós-operatória(1).Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a equipe depara-se, entre outras abordagens terapêuticas, com o tratamento aberto para abdome em estado séptico, o qual as considerações terapêuticas e prognósticas são bastantecomplicadas e com risco de os pacientes evoluírem para síndrome de disfunção múltipla de órgãos - SDMO(2).Na prática assistencial, constata-se também que o enfermeiro, ao cuidar do paciente com peritoneostomia, encontra grandes desafios, sendo necessário aprimoramento técnico, fundamentação científica, uso e/ou elaboraçãode protocolos, a fim de proporcionar melhor assistência ao paciente, acelerando a sua reabilitação(2). Neste sentido,o cuidado de enfermagem no manejo da peritoneostomia deve ser fundamentado em conhecimentos diferenciadoscom o fato de proporcionar a devida assistência à beira do leito, monitorando, sinalizando e antevendo as perdas defluídos e possíveis fístulas entero-atmosféricas(2).Na mesma perspectiva, faz-se relevante à prestação de cuidados especializados em Enfermagem em Dermatologia,visto que o fechamento precoce deste tipo de abordagem médica, facilitado por uma inovação tecnológica, utilizandoa pressão negativa, tem o potencial de reduzir a complexidade de um abdome aberto(2).Cabe ressaltar que o direito a assistência à saúde é conferido por lei segundo a Portaria n.º 479/MS, de 15 de Abrilde 1999, que enfatiza a importância do atendimento hospitalar na assistência ao paciente em situações de urgênciae emergência, providenciando a peritoneostomia como um dos procedimentos disponíveis no sistema de saúde,ficando subentendidos como recursos tecnológicos e humanos acessíveis e de qualidade.Os dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2010 a 2012, constatou o número de óbitosdecorrentes do tratamento de doenças do peritônio sendo estes 408 casos no Brasil. Na região sudeste há o maiornúmero de casos em comparação as demais regiões brasileiras, sendo 244 casos, evidenciando a relevância destaproblemática de saúde.Assim sendo, faz-se necessário definir métodos estratégicos para a prestação eficaz da assistência de enfermagem,utilizando inovações tecnológicas que diminuam a morbimortalidade decorrente de tal problema. Inovações recentesforneceram uma variedade de técnicas para o fechamento permanente e temporário do abdome, resultando emvários benefícios e minimizando as complicações potenciais do abdome aberto(3).O curativo com pressão negativa possibilita o controle da infecção, com diminuição do edema e exsudação, acelera consideravelmente o processo cicatricial e prepara em um tempo acelerado, a área lesionada para receber outraopção de terapia tópica(3).Os benefícios clínicos ao paciente com abdome aberto, que utiliza o curativo por pressão negativa, deve-se aofato de aumentara média do tempo de fechamento, acelerando a cicatrização por meio da aplicação de uma camadanão aderente que ajuda na proteção dos conteúdos abdominais. Ademais, essa tecnologia apresenta vantagens como: redução de contaminação e infecção, diminuição do número de trocas de curativos, drenagem eficaz do líquido efluido visceral e possibilidade de mensuração do controle dos conteúdos abdominais(3).As evidências clínicas da eficácia do fechamento da peritoneostomia pelo uso da pressão negativa em comparaçãoaos métodos convencionais é comprovada, pois tanto no fechamento temporário quanto no permanente, ela reduza septicemia e a falência múltipla de órgãos(3).Conclui-se que a terapia por pressão negativa é uma inovação tecnológica com boa aplicabilidade na situaçãode peritoneostomia, utilizando-a como cobertura temporária da lesão cirúrgica. Ela permite o fechamento maisrápido da ferida abdominal, reduzo número de reoperações e confere proteção adequada das alças intestinaiscontra contaminação bacteriana. Além disso, diminui o ritmo de trabalho da enfermagem, uma vez que restringeas trocas dos curativos.O trabalho multidisciplinar é imprescindível para o tratamento da pessoa com o abdômen aberto. Mas, faz-senecessário a visão holística do enfermeiro estomaterapeuta voltado para a rapidez da cicatrização, assim como aredução de custos hospitalares e a diminuição na taxa de mortalidade dos pacientes peritoneostomizados. Cabeainda a elaboração e o uso de protocolos institucionalizados a fim de direcionar a assistência eficaz a beira do leito.

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