
Colonialidade do corpo feminino negro: trabalho reprodutivo no período escravocrata brasileiro e justiça racial
Author(s) -
Damaris Tuzino de Rezende,
Maria Cristina Vidotte Blanco Tárrega
Publication year - 2021
Publication title -
revista videre
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2177-7837
pISSN - 2177-2150
DOI - 10.30612/videre.v13i27.14416
Subject(s) - humanities , gender studies , political science , sociology , philosophy
O presente artigo tem por escopo analisar como se deu a colonialidade do corpo feminino negro e o trabalho reprodutivo da mulher negra durante o período escravocrata brasileiro, trazendo a dualidade entre o corpo para o trabalho e o corpo para o prazer. A partir de uma análise interseccionada entre racismo e sexismo, procurou-se debater como raça e gênero configuram feixes de opressão que atravessam os corpos femininos negros desde o colonialismo e permanecem até a contemporaneidade, de modo a produzir condições diferenciadas de acesso a direitos, inclusive direitos reprodutivos. Isso pode ser atribuído à hierarquia reprodutiva existente no Brasil, em que mulheres negras não alcançam com plenitude o ambiente de decisão e de autonomia sobre seus próprios corpos. Logo, é urgente constituir a mulher negra enquanto sujeito político, identitário e não subalterno, que fala por si própria e direciona sua luta por justiça racial, rompendo com as violências históricas geradas pelo colonialismo e pelo processo de hierarquização de raças.