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Evitando que “protetores se tornem predadores”: a ONU pode impedir a prática de abuso e exploração sexual por membros de missões de paz das Nações Unidas?
Author(s) -
Patrícia Nabuco Martuscelli,
Augusto Leal Rinaldi
Publication year - 2017
Publication title -
monções
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2316-8323
DOI - 10.30612/rmufgd.v6i11.6917
Subject(s) - humanities , art
O artigo, utilizando como referencial teórico a visão de Lauren Wilcox sobre o significado dos corpos nas Relações Internacionais e discussões feministas e pós-coloniais, analisa como ocorrem abusos e exploração sexual em missões de paz das Nações Unidas e como a organização tem lidado com esse tema. Essa prática está documentada desde os anos 1990 e afeta principalmente mulheres em crianças em locais com presença de operações de paz da ONU. O artigo conclui que as causas desse fenômeno são três: o contexto local de vulnerabilidade, a forma como os participantes de operações de paz se veem e percebem a comunidade local e a impunidade desfrutada por eles. Concluímos também que a ONU e as missões de paz estão inseridas em uma lógica patriarcal e eurocêntrica na qual os corpos da comunidade local são sexualizados e racializados. Ademais as respostas dadas pela ONU foram reativas e não proativas, dependendo ainda muito da boa vontade dos Estados e oferecendo pouco apoio para os sobreviventes. Conclui-se que a ONU e suas missões de paz estão inseridas em lógicas patriarcais e eurocêntricas onde os corpos dos habitantes locais são racializados e generalizados. No entanto, a Organização teria meios para garantir que essas violações não ocorressem como respostas mais duras como um sistema efetivo de responsabilização e o Fundo para Vítimas, porém mudar o modo como a população local é percebida é necessário para evitar novos casos de abuso e exploração sexual.

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