
Pentecostalismo católico e entrecruzamentos políticos, teológicos e sociais com a renovacão carismática católica.
Author(s) -
Fernanda Ferrari Palma
Publication year - 2018
Publication title -
revista ñanduty
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-8590
DOI - 10.30612/nty.v6i9.9522
Subject(s) - humanities , philosophy
Este artigo aborda a história de um movimento da igreja católica denominado rcc, renovação cariamática católica, desde sua fundação nos EUA até sua chegada ao Brasil por volta de 1967. Apresento a história da beata Elena Guerra, responsável pela reativação das experiências intensas com o sagrado dentro do catolicismo, considerando-a como possível mito fundador da rcc; e a relação com o que se pode chamar pentecostalismo católico, tento em vista a influência do pentecostalismo no catolicismo carismático através das vivências dos fenômenos atribuídos à figura do espírito santo. A renovação carismática católica em seus 50 anos de existência no Brasil se tornou palco de inúmeros acontecimentos no interior da igreja católica e em todo contexto social e religioso brasileiro. A raiz pentecostal visível nas características de fervor emocional e experiências corporais presentes em suas práticas rituais torna possível compreender as resistências da instituição católica em relação a outras formas de religiosidades, bem como a consequente luta por firmar sua identidade. Com a retomada da história do pentecostalismo se resgata também reflexões sobre o contexto social e político da rcc no cenário nacional frente ao surgimento da teologia da libertação que caracterizou o movimento de esquerda dentro da igreja católica; e a influencia dos cultos afro-brasileiros nas formas de louvor adotadas pelos movimentos pentecostais e, contradizendo a este cenário de herança e elo, está o infindável combate às religiões afro-brasileiras travado pelo movimento carismático católico. O campo religioso-católico-carismático, ou do “pentecostalismo católico”, abordado neste artigo, trouxe a possibilidade de refletir sobre o contexto histórico, social, político e institucional que constrói e legitima a prática religiosa; a diversidade de ofertas religiosas configurando um contexto de disputa de bens simbólicos; e a ligação sistêmica entre os fatores diacrônicos e sincrônicos, internos e externos, vividos individualmente e coletivamente numa experiência de inseparabilidade.