Nas páginas da revista Campanha Nacional de Educação Rural/CNER: “professoras missioneiras”, entre a formação e a missão

Um dos objetivos da Campanha Nacional de Educação Rural – CNER era capacitar e/ou formar professoras/professores para atuar nas zonas rurais com o intuito de melhoria da educação e das instalações escolares rurais com uma concepção explícita de "civilizar o homem do campo". Segundo aqueles que estavam à frente da CNER, docentes que atuavam no meio rural mostravam-se incapazes de prover uma "mudança de mentalidade" ou de promover educação de qualidade para os campesinos. Medidas como: missões rurais, difusão de outros modos de cultura, uso de recursos de ensino como o cinema, organização de centros regionais de formação e treinamento de docentes e técnicos que atendessem a uma pretensa educação de base, entre outros meios de aculturação das comunidades rurais foram utilizadas pela CNER para "educar" a população rural. A campanha desconsiderava assim, tanto se considerarmos a história da organização do ensino, do funcionamento das escolas, dos recursos destinados à instrução pública quanto à formação de docentes, o interesse dos rurícolas, bem como tudo o que se referia ao atendimento da educação rural. Nosso interesse pela temática decorre dessa contradição entre a importância desempenhada pela campanha empreendida pela CNER e a formação de professoras/professores para a atuação no Brasil rural dos anos de 1952 quando a CNER foi implantada a 1963 quando a campanha foi extinta.