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TECNICISMO, TRABALHO E EDUCAÇÃO EM MARX
Author(s) -
João Bosco Brito do Nascimento
Publication year - 2020
Publication title -
revista dialectus
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-2010
DOI - 10.30611/2020n19id61574
Subject(s) - humanities , sociology , political science , philosophy
O objetivo deste artigo é dissertar sobre o modo como Marx trata do processo da técnica no panorama contraditório da relação entre capital e trabalho. Vê-se, a partir dessa formulação, como o tecnicismo está presente na estrutura produtiva do capitalismo e como isto reverbera na educação escolar. Examina-se, conforme o pensamento econômico marxiano, como no processo do trabalho, peculiar ao regime do capital, a técnica e a tecnologia são derivativas desse processo. Há, deste modo, condições de inferirmos a vinculação entre a produção material e o sistema educacional nas sociedades capitalistas. O desenlace deste exame é a compreensão de que se tome a técnica, a tecnologia e a maquinaria enquanto condições que as remetem ao estudo do desenvolvimento histórico da produção capitalista. Neste diapasão, a classe dos trabalhadores está submetida aos ditames do tecnicismo do processo do trabalho. Destarte, o decurso da produção e reprodução da vida social é, em essência, antinômico. Às relações econômicas encerra-se a correspondência das formas ideológicas ou da superestrutura jurídica e política. A educação escolar, na sua forma patente de componente ideológico da sociedade, retroalimenta as condições materiais da produção. O Estado é o ente que tem a competência para mediar as necessidades instrumentais do aparato produtivo com o sistema institucional de ensino e educação. Há, no modo capitalista de produção, uma contradictio in adjecto, visto que ela é, essencialmente, social, já a apropriação é, contraditoriamente, privada. A educação corrobora esta estranha situação social, visto que impõe aos alunos um padrão disciplinar que interessa fundamentalmente à produção. Importa, aqui, uma nova contradição. Tanto os educadores quanto os educandos defendem, em importante medida, os seus próprios interesses. Logo, há de se considerar a luta política e o papel do sujeito histórico-revolucionário – o proletariado. A educação se faz, assim, condição intelectual mínima para que a classe trabalhadora tome conhecimento da teoria marxiana, o que significa a posse da munição intelectual capaz de fazer plausível uma prática que busque a sua autoemancipação, na construção de uma sociabilidade genuinamente humana.

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