
O Brasil no padrão-ouro: a Caixa de conversão de 1906-1914
Author(s) -
Maria Teresa Ribeiro de Oliveira,
Maria Luiza Falcão Silva
Publication year - 2012
Publication title -
revista história econômica and história de empresas/história econômica and história de empresas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2525-8184
pISSN - 1519-3314
DOI - 10.29182/hehe.v4i1.88
Subject(s) - humanities , political science , economics , art
Este trabalho investiga a primeira tentativa bem-sucedida de adequar a economia brasileira às regras do padrão-ouro, nos anos 1906- 1914, na crença de que tal experiência pode ajudar-nos a entender os esforços recentes de estabilização.A estabilidade cambial naquele período será vista como a conquista de um objetivo há muito almejado pelos condutores das políticas econômica e financeira do País.A primeira seção apresenta a criação da Caixa de Conversão como resultado de uma busca da estabilidade cambial, desíderatum de todos os governos desde 1891.As dificuldades de adequação das economias exportadoras de bens primários - e, em especial, as do Brasil - em aderir às regras do padrão-ouro são examinadas na seção seguinte. A terceira seção investiga, inicialmente, os efeitos das desvalorizações da primeira década republicana sobre as finanças do Governo e o recurso ao empréstimo externo consolidado em 1898 (Fundíng Loan) como a solução para o financiamento do déficit público. A seguir, uma análise do Fundíng Loan deixa clara a adequação de algumas de suas cláusulas aos objetivos de estabilização cambial dos Governos Campos Salles e Rodrigues Alves. Os efeitos adversos da apreciação do câmbio, na virada do século, sobre a renda dos cafeicultores e os custos de ajustamento da política restritiva são examinados no final da seção. A quarta seção mostra que, a despeito do interesse do Governo em enquadrar a economia brasileira dentro das regras do padrão-ouro, a criação da Caixa de Conversão em 1906 foi iniciativa dos cafeicultores e analisa o desempenho da Caixa no período 1906-1914. A seção seguinte avalia essa primeira experiência da economia brasileira em se adaptar às regras do padrão-ouro. A última seção apresenta as conclusões do trabalho.