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O prazer da imagem depois dos Últimos Homens
Author(s) -
François Soulages
Publication year - 2019
Publication title -
datjournal
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2526-1789
DOI - 10.29147/dat.v4i3.142
Subject(s) - art , psychology
Pirandello parece opor o prazer da arte e o prazer da vida: o primeiro seria ilusório e fictício, tal como o teatro ou a imagem, o segundo estaria em perigo pois, segundo o dramaturgo, quem compreende a ficcionalidade da arte, descobre imediatamente aquela da vida: o disparate da vida, devido à ausência de sentido, à impossibilidade de responder as questões “Por quê?, “Como? e “Que vida?, uma vez que a vida não é única, mas própria a cada indivíduo — A Cada Um a Sua Verdade, título de uma peça de Pirandello — e, sobretudo, criada espontaneamente na inquietação específica própria a cada um dos seres humanos. De onde alguns extraem o prazer! Prazerfundado numa ilusão — para Corneille, ilusão cômica, para muitos outros, ilusão barroca2: daí o descrédito do prazer para Pirandello, prazer que nunca remete à uma realidade fixa, e sim à uma imagem e a um imaginário em transformação. Daí, na linha de L’Ecclésiaste, a desconstrução do prazer da imagem, “vaidade das vaidades’’. “Que vaidade a da pintura — dizia Pascal —, que suscita nossa admiração devido a uma semelhança de coisas cujos originais nós desprezamos!”. 

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