
Cancro anal em doentes com infecção por VIH – experiência do Hospital de Curry Cabral
Author(s) -
Diana Póvoas,
Cândida Fernandes,
Vasco Coelho Macias,
Bárbara Flor de Lima,
Ana Paula Ribeiro Rodrigues,
Fernando Maltêz,
M. Jorge Cardoso
Publication year - 2017
Publication title -
revista da sociedade portuguesa de dermatologia e venereologia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2182-2409
pISSN - 2182-2395
DOI - 10.29021/spdv.74.2.450
Subject(s) - medicine , gynecology , human immunodeficiency virus (hiv) , virology
Introdução: Os homens que têm sexo com homens (HSH), particularmente os infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) têm maior risco aumentado de cancro anal. Os factores de risco para esta neoplasia incluem maior prevalência de infecção do canal anal pelo vírus do papiloma humano (HPV), incluindo aumento da frequência de infecção por múltiplos tipos de HPV de alto risco nesta população, idade avançada e menor clearance vírico associado à imunossupressão. Ao contrário da maior partes dos eventos oportunistas e/ou definidores de SIDA, os dados são contraditórios no que diz respeito ao efeito da terapêutica antirretrovírica, não sendo claro o benefício da sua utilização precoce ou o impacto da supressão virológica e reconstituição imunitária na prevenção e evolução da infecção por HPV e neoplasias associadas.Material e Métodos: Os autores apresentam as características clínicas e epidemiológicas dos doentes com infecção por VIH em seguimento no Hospital de Curry Cabral com o diagnóstico de cancro do canal anal num período de dez anos.Resultados: O cancro anal foi diagnosticado em dez doentes, maioritariamente homens HSH, com infecção por VIH em média com duração de 15.1 anos, com contagem média de linfócitos TCD4+ de 441 células/uL. O diagnóstico foi mais frequentemente realizado no estádio III e o tratamento mais frequente foi cirúrgico, ocasionalmente conjugado com radioterapia. Faleceram 4 doentes.Conclusões: São necessários programas de rastreio consensuais do cancro anal a par da necessidade de reforço da vacinação contra o HPV nos homens, nomeadamente nos HSH, com ou sem infeção por VIH.