z-logo
open-access-imgOpen Access
VITÓRIA DO ANIMAL LABORANS E O GIRO DA MÁQUINA ANTROPOLÓGICA
Author(s) -
Daniel Arruda Nascimento,
Edson Kretle dos Santos
Publication year - 2021
Publication title -
cadernos arendt
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2675-4835
DOI - 10.26694/ca.v2i4.1631
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Pretendemos nessas breves reflexões conjuntas explorar a harmonia crítica que se estabelece entre Hannah Arendt e Giorgio Agamben, mormente em relação às idiossincrasias do homem qualificado como animal laborans e da máquina antropológica, com a finalidade maior de expor algumas associações entre animalização e despolitização. Por um lado, temos a percepção de que o homem moderno reduziu a vida comum a uma única dimensão da existência, a ocupação com o processo metabólico e a labuta para a manutenção dessa mesma existência, tornando a política agora capturada por essa priorização, abandonando-a ao fim. Entre o labor do consumo, o trabalho da fabricação e a ação da política, perdeu essa última definitivamente o seu espaço original. Em uma curiosa aproximação entre o animal e o consumidor, a vida vitoriosa do animal laborans, presa na dinâmica do consumo desenraizado, será então a única que interessará ao homem moderno. Por outro lado, uma furiosa máquina antropológica que atravessa os tempos cospe produtos em dois sentidos: humaniza o animal e animaliza o ser humano, isolando-o em uma vida nua. Se a vida biológica se torna uma tarefa política no horizonte da biopolítica, a vida nua ainda que não seja necessariamente animal será a insígnia de uma vida tornada novamente animal. Tanto o animal laborans quanto o resultado da máquina antropológica na sua versão moderna são entes que perderam a sua vocação política, são seres antipolíticos, esvaziados de ação, de discurso, de direitos, de capacidade de compreensão.

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here