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2. Periódicos portugueses do século XVII: forma e conteúdo.
Author(s) -
Jorge Pedro Sousa,
Maria Érica de Oliveira Lima
Publication year - 2015
Publication title -
revista brasileira de história da mídia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2238-5126
pISSN - 2238-3913
DOI - 10.26664/issn.2238-5126.1220123932
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O jornalismo teve a sua génese em Portugal ao longo do século XVII. As publicações informativas ocasionais impressas, redigidas como cartas de novas, de que são exemplo as duas Relações de Manuel Severim de Faria (1626, reimpressa em 1627, e 1628), deram lugar às publicações periódicas, como a Gazeta “da Restauração” (1641-1647) e o Mercúrio Português (1663-1667). Este trabalho tem por objectivo caracterizar a forma e o conteúdo dessas publicações, de maneira a identificarsemelhanças e diferenças. Com técnicas documentais, bibliográficas, conclui-se que embora não sejam uma publicaçãonoticiosa periódica, as Relações de Manuel Severim de Faria constituem a primeira manifestação portuguesa documentada daquilo que viria a ser o jornalismo noticioso generalista. As Relações apesar de serem uma espécie de anuários de intenção simultaneamente historiográfica e jornalística e cartas de novas, característica bem vincada pelo seu início e final serem redigidos em forma de carta a particulares, comungam várias características da Gazeta e do Mercúrio Português. As diferenças entre as Relações e a Gazeta e o Mercúrio, estão no design que se afasta mais decididamente do formato dos livros (o frontispício, por   exemplo, desaparece, e surgem, na Gazeta e no Mercúrio parágrafos-manchetes na primeira página com o objectivo de prender a atenção do potencial leitor), favorecendo a ideia de que o jornal é uma forma de literatura urgente, um produto único e para consumo imediato, dirigido a um público que precisa de cativar e, ao contrário das cartasde novas, já não a particulares. Em termos de estrutura temática, era notícia, no século XVII, o que hoje em dia é notícia. Tal ocorrência evidencia a natureza cultural dos critérios de noticiabilidade e a estabilidade histórica dos valores-notícia, ou seja, das características que dão aos acontecimentos a possibilidade de serem noticiados.

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