
Subalternas e marginalizadas
Author(s) -
Caroline Rovêda Pilger,
Ana Cláudia Gruszynski
Publication year - 2021
Publication title -
revista dobra[s]/dobra[s]
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2358-0003
pISSN - 1982-0313
DOI - 10.26563/dobras.i33.1432
Subject(s) - humanities , art
O objetivo é analisar a inclusão das mulheres gordas nas capas da revista Donna, cuja temática é a moda a partir da interseccionalidade, que pensa gênero atravessado pelas categorias de raça, classe, sexualidade, faixa etária, estética e deficiência. O corpus é formado por dez capas de Donna publicadas em vinte e sete anos. Como principais constatações estão o fato de que há, também, no universo de representação das mulheres gordas, a obediência a um padrão estético, reproduzindo o que já é naturalizado no universo das mulheres magras: as gordas são brancas, jovens, com corpos menores. Pensar lugar de fala é imprescindível para compreender o espaço autorizado pela revista para que as gordas ocupem e sobre o que é permitido que falem. As análises revelam que, em 80% das capas, o lugar de fala de mulher gorda implicou a maneira com que ela foi retratada sendo motivo para sua presença, ou seja, a mulher gorda estava pelo fato de ser gorda e foi relacionada à moda em três aspectos principais: (a) regras de moda específicas para seus corpos, orientando sobre o que se pode ou não usar; (b) mercado de moda plus size, quando há a quebra de regras anteriores relacionadas à moda tradicional e uma celebração das mulheres gordas na moda; (c) por fim, temáticas relacionadas à autoaceitação e amor-próprio, sem mencionar moda plus size, há também a quebra de regras; porém, a centralidade não são as gordas nem a moda, esta última aparece como auxiliar importante no processo de autoestima.