
Crítica marxiana ao enfrentamento da pobreza nos limites da razão política
Author(s) -
María Fernanda Escurra
Publication year - 2016
Publication title -
ser social
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2178-8987
pISSN - 1415-6946
DOI - 10.26512/ser_social.v17i37.13433
Subject(s) - philosophy , humanities , sociology
Neste artigo explora-se um pequeno texto escrito por Marx em que ele analisa o pauperismo clássico inglês do século XIX e concentra sua crítica nas formas de consciência da burguesia que orientavam o gerenciamento desse fenômeno social nos limites da razão política. Por essa razão, são feitas breves considerações sobre os limites da emancipação política em oposição à emancipação humana. Entendido como problema político, administrativo, de beneficência, ou mesmo atribuído a deficiências individuais do próprio pobre, o fenômeno da pobreza é inteiramente compatível com a “crítica positiva”, tipo de crítica circunscrita ao mundo tal como ele existe. Desde o tempo em que Marx escreveu seu artigo até os dias de hoje, conclui-se que pouco mudou na forma como a pobreza é compreendida pela teoria social corrente. Esta interpretação hegemônica não é capaz de apreender o fenômeno, a sua gênese e persistência, pelo simples fato que não leva em conta a especificidade da forma de organização social capitalista. Daí a necessidade de restaurar a teoria social de Marx como uma "crítica negativa" desta forma de vida social.