
O filosofar como tensionamento e devir
Author(s) -
Sérgio Augusto Sardi
Publication year - 2011
Publication title -
revista sul-americana de filosofia e educação
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1679-8775
DOI - 10.26512/resafe.v0i11.4212
Subject(s) - philosophy , humanities , epistemology
Na primeira parte destaca-se que uma concepção acerca do ensinar-aprender filosofia remonta a uma filosofia determinada, a qual dá suporte ao método subjacente às práticas pedagógicas. Compreender o ensinar-aprender filosofia como exercício de habilidades cognitivas específicas, ou mera exposição das idéias presentes na História da Filosofia, ou debate de opiniões que remetem e se sustentam na linguagem comum, não deixa de consistir em uma falsificação do sentido mesmo de filosofia. O ensinar-aprender filosofia é um exercício racional na medida em que tensiona com a própria razão e propicia possibilidades inusitadas à compreensão das relações entre a racionalidade, a linguagem e o sentido do humano. Na segunda parte, após percorrer os esquemas da imagem dogmática do pensamento, observa-se que a história da filosofia e a história da ciência expressam uma permanente tensão, onde se põe em jogo o devir da linguagem e da razão. As chamadas habilidades cognitivas são assim incorporadas em uma concepção ampliada de racionalidade, onde são considerados processos que não mais se enquadram nos pressupostos lógicos tradicionais. A tensão resultante opera devires no dinamismo do pensar, o que condiz com uma concepção acerca do filosofar e do ensino de filosofia que ultrapassa o exercício de habilidades cognitivas usualmente tematizados nos manuais de ensino. Assim, são expressas as linhas gerais de uma proposta de programa de pesquisa acerca das relações entre devires do pensar e o ensinar-aprender filosofia. Por fim, algumas indicações sobre como tal concepção acerca do ensinar-aprender e das relações entre filosofia e linguagem poderá incidir em uma práxis do filosofar com crianças.