
FACTICIDADE DO PARA-SI, O OUTRO E AS TRÊS DIMENSÕES ONTOLÓGICAS DO CORPO EM O SER E O NADA, DE SARTRE
Author(s) -
Vinícius Loureiro Renaud
Publication year - 2014
Publication title -
pólemos
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2238-7692
DOI - 10.26512/pl.v2i4.11574
Subject(s) - philosophy , humanities
Se na parte inicial de O ser e o nada, na tentativa de desenvolver sua ontologia fenomenológica, o problema da síntese irrealizável entre em-si e para-si parece ocupar e dar conta das questões que habitam os objetivos da filosofia sartriana, ao final da segunda parte, especificamente no terceiro capítulo, intitulado “A transcendência”, Sartre, ao abordar os modos de relação e a possibilidade de conhecimento na relação para-si/em-si, revela um outro modo de existência tão fundamental quanto o ser-Para-si: o ser-Para-outro. A realidade humana, o para-si, dá-se como ser-Para-si-Para-outro, em uma relação que é efetuada e esclarecida pela experiência do olhar, na verdade a dupla relação olhar-ser olhado é o elemento principal de decifração desta nova perspectiva existencial. Nesse sentido, o tema do corpo na ontologia fenomenológica sartriana é vital para a compreensão tanto da relação com o outro como da “facticidade” do para-si, sendo a facticidade conceito imprescindível para se entender o significado da liberdade na obra do filósofo francês. Assim, vamos tentar guiar-nos pela descrição que Sartre faz do corpo no livro O ser e o nada, apresentando aquilo que o autor classificou como “as três dimensões ontológicas do corpo”.