Convivendo com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana em Boa Vista (RR): um estudo sobre autoatenção e itinerários terapêuticos

Objetivo: conhecer os processos de autoatenção e os fatores que influenciam nos itinerários terapêuticos no contexto de pessoas soropositivas, e compreender as relações sociais e os significados na experiência de saúde/doença.  Métodos: é uma pesquisa qualitativa, realizada em Boa Vista-RR. Participaram do estudo sete sujeitos, entre dezembro de 2012 a março de 2013. Na coleta de dados, foram utilizadas as narrativas dos sujeitos obtidas pelas entrevistas semiestruturadas. As narrativas foram analisadas de acordo com as principais temáticas encontradas. Resultados: os sujeitos sofrem influência do contexto sociocultural e dos distintos sistemas ou racionalidades médicas. Os itinerários terapêuticos são diversos e/ou únicos, resultam das negociações cotidianas dos sujeitos afetados e por sua rede social de apoio, as suas escolhas são orientadas segundo o que lhes confere ‘sentido’ e dependem do grau de satisfação e não possuem uma ordem pré-concebida. O grupo de autoajuda favorece uma interação social, o compartilhar de experiências, o resgate da autoestima, conhecimentos sobre a doença, cidadania. Conclusão: As práticas de autoatenção são condutas coletivas, dinâmicas, e ajustáveis pelo grupo para seu benefício. Os profissionais de saúde, devem conhecer os sujeitos, suas redes de relações, e as estratégias que estão sendo acionadas para o enfrentamento de seus padecimentos visando uma contribuição mais efetiva no processo terapêutico.