
Um vaso para honra e outro para desonra: a eleição divina em Rm 9,19-29
Author(s) -
Waldecir Gonzaga,
Ygor Almeida de Carvalho Silva
Publication year - 2021
Publication title -
fronteiras
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2595-3788
pISSN - 2595-377X
DOI - 10.25247/2595-3788.2021.v4n1.p201-230
Subject(s) - philosophy , humanities
Este artigo se propõe a examinar a perícope de Rm 9,19-29, com vistas a entender se, neste texto bíblico, o Apóstolo Paulo trataria realmente de predestinação dupla ou absoluta, como foi compreendido pela maioria dos reformadores. O foco se concentra especialmente em expressões de difícil interpretação dos vv.21-23: “Acaso o oleiro não tem autoridade para fazer [...] um vaso para honra, e outro para desonra? [...] vasos de ira, que foram preparados para a destruição, [...] vasos de misericórdia, que Ele preparou de antemão para a glória”. A exegese é trabalhada com base nos princípios dos seguintes métodos: Histórico-Crítico, Análise Retórica Bíblica Semítica e Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São levados em conta estudos de autores antigos e recentes. Paulo não está dizendo que Deus predestina um para a salvação e outro para a perdição, antes mesmo de seu nascimento. Isso seria colocar os seres humanos como simples marionetes, sem nenhuma liberdade ou possibilidade de conversão. O “horizonte argumentativo” paulino não é o antropológico, mas sim o teológico. Ele quer realçar a soberania e a misericórdia de Deus, mesmo diante dos limites humanos, seja com os judeus, seja como os gentios.