
O “jornalismo cidadão”e o mito da tecnologia redentora
Author(s) -
Sylvia Moretzsohn
Publication year - 2015
Publication title -
brazilian journalism research
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.153
H-Index - 2
eISSN - 1981-9854
pISSN - 1808-4079
DOI - 10.25200/bjr.v10n2.2014.751
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
O objetivo deste artigo é suscitar um debate sobre o assim chamado “jornalismo cidadão” ou “jornalismo participativo” e demonstrar, entre outras coisas, o equívoco na simplificação de se apresentar o confronto entre “nós” (cidadãos ávidos por exercitar sua liberdade de expressão) e “eles” (jornalistas que tentam preservar seu “privilegiado” papel de informantes). Pretendo, assim, oferecer uma nova perspectiva para a discussão sobre essa aclamada revolução no jornalismo. Se todos nós pudéssemos assumir o papel de jornalistas, o próprio jornalismo seria “naturalizado” ou dissolvido entre nossos afazeres diários. Entretanto, se imaginarmos que esse novo cenário permite transformar a todos nós, potencialmente, em fontes, poderemos verificar que o jornalismo se tornou, de fato, mais complexo. Consequentemente, passa a haver uma demanda por critérios mais rigorosos para a seleção de notícias. O que, em contrapartida, contradiz a lógica do jornalismo em “tempo real”. Mas este já seria um tema para outra discussão.