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"Isso é uma gripezinha" – o Brasil em diminutivo
Author(s) -
Eduardo Alves Rodrigues,
Cármen Agustini,
Luiza Castello Branco,
Renata Chrystina Bianchi de Barros
Publication year - 2020
Publication title -
abralin
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 0102-7158
DOI - 10.25189/rabralin.v19i3.1729
Subject(s) - philosophy , humanities
As reflexões e as análises produzidas neste artigo derivam de um gesto de leitura filiado à Análise de Discurso sobre um arquivo constituído a partir de recortes midiáticos de circulação nacional e internacional. Analisamos nesse arquivo o funcionamento ideológico das formas discursivas – tais como "isso é uma gripezinha", "Eu sou, realmente, a constituição" e "E daí?" – que materializam a produção do "Brasil em diminutivo". Esse funcionamento estabiliza o universo semântico no qual se articulam sentidos de (des)compromisso com sujeitos, com espaços, com instituições, enfim, com trajetórias históricas, se ritmando por um trabalho partitivo em detrimento do coletivo, ou seja, esse funcionamento (re)produz uma política governamental que vai contra aquilo que seria próprio a um estado de direito: a responsabilidade com a(s) coletividade(s). Esse funcionamento ideológico que produz como uma de suas evidências "o Brasil em diminutivo" acirra a polaridade política, expondo a contradição de um governo que se retroalimenta pela prática da mistura entre evidência e absurdo, (re)produzindo formas totalitárias de poder e de dizer. A compreensão desse funcionamento torna visível, ainda, que, ao ser impactada discursivamente pela diminuição das questões sociais brasileiras, a cena política de hoje, no Brasil, é determinada pelo jogo político que (de)nega, silencia e censura as condições reais nas quais e por meio das quais a(s) coletividade(s) se (de)bate(m), demandando o reconhecimento de sua existência.

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