Open Access
Maria Monforte: a morte n’Os Maias televisivo
Author(s) -
Bianca do Rocio Vogler
Publication year - 2019
Publication title -
brasiliana
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2245-4373
DOI - 10.25160/bjbs.v7i1.106513
Subject(s) - humanities , art , romance , philosophy , literature
A análise a ser realizada neste artigo se pauta em uma representação de morte observável na construção da personagem Maria Monforte na minissérie Os Maias, com roteiro de Maria Adelaide Amaral e direção de Luiz Fernando Carvalho, adaptada a partir do romance de mesmo nome do escritor português Eça de Queirós. Nessa obra televisiva, as modificações realizadas pela roteirista no processo de composição de tal personagem, relativamente ao que se vê no texto literário eciano, apresentam uma possibilidade diversa de constituição dos seus sentidos, dando a ela uma presença maior na minissérie em contraposição ao livro. Nesse sentido, um dos fatores mais relevantes dessa composição está na representação de morte com que a personagem tem seu retorno ao fim da narrativa, o que é evidenciado pela própria caracterização física da personagem, sua brancura, pois está gravemente doente, tuberculosa, e suas roupas esfarrapadas e todas pretas, além da música que narra as suas chegada e aparições, em um tom tétrico. Pode-se ponderar que tal representação com que Maria Monforte retorna na minissérie aponta para uma personificação do Romantismo, e, consequentemente, do destino que é esse Romantismo n’Os Maias. E essa marcação acaba por estabelecer a influência da personagem para a configuração dos acontecimentos trágicos que levam à uma “extinção” do nome Maia. Dessa forma, procuramos compreender essas modificações realizadas na transposição do texto eciano para a televisão e a importância dessa representação de morte com que Maria Monforte é trazida de volta à trama pela roteirista da minissérie.